domingo, outubro 15, 2006

O Rosto de uma caminhada


Caminhando com passos firmes em direcção ao incerto, conduzido pelas pegadas que outros haviam colocado, seguíamos numa enorme bola de sentimentos.


Percorríamos o caminho apreciando o perfume do silêncio, onde a inexistência de sentido teimava em fazer-nos acreditar que esse caminho estava traçado, e esse mesmo trilho nos ia levar sempre ao mesmo local.


Olhávamos para trás desconfiando de tudo e de todos, desconfiando das nossas sombras, das nossas memórias, de cada um dos nossos reflexos projectados em cada lagoa, e mesmo assim éramos obrigados a seguir em frente.


A lua assobiava-nos, aproveitando o espaço por entre os ramos das árvores que abanavam ao sabor do vento; os nossos corpos tremiam sem sabermos porque, as estrelas mostravam-nos o que na realidade poderia já não existir; ao mesmo tempo que os carros passavam e com flashes de luzes iam lembrando que as pessoas andavam enlouquecidas na sua escuridão de sentimentos.


A caminho de casa encontrávamos as mesmas pessoas, os mesmos aromas, as mesmas casas, os mesmos cantos e as mesmas horas.


Pessoas cansadas de si, cansadas dos outros, com a cabeça enfiada nos ombros e os olhos semi-cerrados direccionados para o chão, seguiam desembrulhando o maço de cigarros que lhes ia dando o único prazer possível no seu dia-a-dia.


O relógio demorava a avançar.
Até que, acordamos e o sol já entra pelo postigo mal fechado, a crueldade de vivermos amarrados a uma razão chamada esperança começa a ganhar força, começa a ter um rosto, um nome.


Passaste os teus dedos no meu coração,
Arrancaste um enorme sorriso dos meus lábios,
Trocamos olhares de desejo,
Rimo-nos da cor das Estrelas,
Inventamos um novo brilho para o mundo,
Corremos um para os braços do outro,
Içamos a palavra Amor num gesto ao qual chamamos Beijo, e agora...
Amo-te é o que te quero dizer!!

Obrigado a ti por entenderes o que aqui está escrito, mas acima de tudo por saberes mais do que aquilo que aqui posso escrever...

Obrigado...